segunda-feira, 23 de julho de 2012

"A Guerra dos Tronos'': a fantasia pós-moderna



A década de 2000 caracterizou-se por uma explosão inédita de popularidade dos chamados mundos de fantasia. A maioria provinha de adaptações midiáticas de grandes clássicos da literatura infanto-juvenil, como O Senhor dos Anéis, de Tolkien, e As Crônicas de Narnia, mas uma pequena ala delas era composta de sucessos literários recentes, como Harry Potter. Contudo, como nada é para sempre, as ondas de entusiasmo acerca de tais histórias entraram em processo de decadência e, após finais "inesquecíveis'' (segundo os fãs...), deixaram um enorme vácuo das mentes e corações dos admiradores.

Mas eis que os fãs de fantasias midiáticas não foram abandonados. A nova mania da juventude de classe média-alta é uma série de televisão estadunidense, chamada "Guerra dos Tronos'', baseada em um livro homônimo de um escritor, anteriormente fracassado, chamado George Martin. Basicamente, os velhos elementos da fantasia clássica estão presentes aqui, onde um mundo diverso da terra, chamado "Sete Reinos'' ou "Westeros'', que se situa em uma época análoga à idade média que conhecemos, é sacudido por uma disputa entre famílias nobres pela Coroa real, coisificada em um estranhíssimo "Trono de ferro''. A presença de divindades, magia e monstros é, contudo, relativamente mitigada, aparentando uma abordagem relativamente "realista'', com a presença de cenas de nudez, excepcionalmente eróticas ou regadas a muita matança.

No centro desse redemoinho caótico, pelo menos no livro, os acontecimentos são narrados sob o ponto de vista de cada um dos personagens principais. Alguns são mais presentes, como os componentes da família Stark (os nomes dos personagens e lugares não são muito originais...), um anão relativamente engraçado (um dos personas mais complexos, e mesmo assim não é lá do trato de um Gimli), sua família (os Lannister) e os membros de uma dinastia real derrubada, que trama reconquistar o poder; ao norte, os membros de uma pequena ordem militar tentam conter o avanço dos "bárbaros'', que investem contra uma muralha de Cristal, fugindo de algo pior (os "Outros'', os monstrões da série). Basta dizer que os personagens tem, em muitos casos,  profundidade de um pires, tendo condutas altamente previsíveis (os mais "heroicos'') ou irracionais (as tramoias dos "vilões''), inseridos em confusas intrigas que, muitas vezes, desembocam em desfechos sem pé-nem-cabeça.

O grau de detalhismo e fluidez da narrativa são alguns atrativos do livro, tal como os efeitos especiais são da série televisiva, assim como as sequências de combate. As cenas eróticas também são um chamariz infalível.

Contudo, o que se observa é uma ruptura dramática com o gênero da fantasia medieval. Porque? Talvez pelo fato de que Martin tenta tornar a fantasia cada vez mais realista, inserindo nela conflitos humanos jamais verificáveis em uma história como a de Frodo e do Um Anel. Mais que isso, a impressão que se tem é de que o mundo de Westeros se ergue sobre uma ordem política, social e econômica precária e vacilante, que é virada ao avesso com a irrupção da guerra civil pelo poder. Ou seja, transmite-se a ideia de que o caos é a porta das aventuras, que os todos os meios possíveis são lícitos para realizar desejos (pelo poder, sexo ou dinheiro, como fica patente na história). Mais que isso, a obediência às convenções sociais e às regras do jogo político podem ser rasgadas e jogadas no lixo pelos mais fortes. Aliás, algo que surpreende na história é o pouco espaço devido aos personagens heroicos, que ficam restritos a um combate misterioso na Muralha. Intrigas, caprichos e conluios da camarilha real e e da nobreza parecem dirigir o destino de um mundo inteiro. 

 Ora, o que mais chamava atenção nas velhas histórias não era o apurado grau de detalhismo ou semelhança com o mundo real (algo inverso ao conceito de "fantasia''). Na verdade, o mais importante a se transmitir com essas histórias eram valores básicos de moralidade, honra, fraternidade e família: ou seja, nelas fica evidente o caráter de imaginário e abstrato de personagens e lugares, que são apenas veículos de difusão de ideias e valores. Assim, C.S Lewis, autor de série Narnia, divulgou os preceitos basilares do cristianismo em sua obra, onde crianças ("vinde a mim as crianças e os de coração puro'') são transportadas a um mundo mágico (um lugar onde se aguarda o retorno de tempos gloriosos, ou seja, a restauração de um paraíso perdido) onde se tornam reis e rainhas (defendendo os fracos e humildes contra os poderosos), por graça do misterioso Leão, Aslan (Jesus Cristo); na saga do Anel, de Tolkien, Frodo e seus amigos, pela fraternidade, e sacrificando-se pelo bem maior (representando a Inglaterra, na luta contra o nazismo), lutam contra as forças das trevas (ditadura, escravidão), representadas por Sauron (Hitler, e os demais regimes totalitários), para destruir o Um Anel (que remete ao mito do Anel dos Nibelungos, base da cultura germânica, que na obra representa todas as desvirtudes, maldades e sentimentos baixos). 

Ou seja, expressam muito mais do que histórias de fantasia (que são apenas formas de veiculação de valores e ideias, adequadas à juventude), mas sistemas filosóficos, concepções de mundo, condições históricas realmente ocorridas. Tanto um como outro autor basearam-se em profundas pesquisas históricas sobre o folclore e mitologia europeias, o que não as torna produto de uma abstração, mas uma atualização de mitos e lendas presentes no Velho Continente desde a Alta Idade média.


A colonização do gênero de fantasia pelo realismo literário vem acompanhada de outras mensagens implícitas, que se traduzem pelo fato de que tal literatura perdeu a função de se tornar um veículo para a transmissão, de forma aceitável e interessante, de valores básicos para a juventude, e, destarte, acaba por divulgar os únicos (des)valores da pós-modernidade: a determinação total do homem por si mesmo, mediante a satisfação dos desejos em detrimento da moral e do próximo, e a obediência absoluta à Lei do Mercado, já que o acesso à série se dá apenas por aqueles que detêm poder aquisitivo suficiente. Assim, casas nobres brigam pelo poder (um desejo), em detrimento do povo, da destruição e das demais consequências negativas advindas dessa luta (ausência de moral), e a mais forte vencerá (Lei do Mercado). São os "valores'' que Guerra dos Tronos me transmite, e para você?

Em suma, o capitalismo de nossos dias vem selecionando obras literárias para, por meio delas, difundir seus postulados e mesmo o padrão de comportamento desejado: pessoas que busquem realizar seus desejos, esmagando os indivíduos a sua volta, em uma competição insana que beira à perversidade. E a luta pelo Trono de Ferro é somente o sucessor (e a "tábua de salvação'') da série Harry Potter, cujo principal trunfo foi fazer crer a todo leitor ou expectador que sua existência é o centro do mundo. Esses milhões de "fãs'', "órfãos'' do "bruxinho'', agora se divertem em meio ao circo que são as lutas em "Westeros''.

Mais que tudo, uma parte preocupante dos fãs de tais séries costuma optar cada vez pelo isolamento e pelo individualismo, preterindo as verdadeiras relações sociais pelo acompanhamento da série. Se tornam, então, indivíduos cada vez mais fracos sentimentalmente, de personalidade pouco desenvolvida e psiquê frágil. Fecham-se, diga-se, que era o inverso do objetivo das velhas fantasias, que era integrar o jovem à uma própria cultura. Alguns atores bonitos encantam as meninas, enquanto as cenas de sexo, violência e nudez fazem suspirar os notáveis exemplos de masculinidade da juventude. O realismo que a história busca tem o efeito de transmitir os contra-valores da moda, de desprezo às tradições e busca pelo prazer.

Ademais, o que disputas dinásticas em cenários medievais e - ao menos vagamente- inspirados na Europa tem a ver com a realidade nacional do Brasil? Percebe-se aqui que o trabalho de marketing do capitalismo "impõe'' verdadeiros modismos cada vez mais afeitos aos seus objetivos corporativos e mesmo ideológicos, que muitas vezes varrem o planeta "globalizado'', arrastando jovens desavisados, que apenas querem se inteirar da "última do momento''. Neles se incluem os pobres mortais brasileiros, que cada vez menos são versados na cultura do próprio país, que agoniza, abandonada, na UTI, sob o risco de morrer. Sim, trata-se da "colonização cultural'' tão criticada nas universidades país a fora.

O último efeito negativo da narrativa de Martin, ao lado do egocentrismo que divulga, é o da alienação. Ou seja, trata-se de apenas mais um "substância causadora de dependência'' para ocupar os pensamentos dos jovens e um alvo para o qual dirigirão suas energias cognitivas- pelo qual não irão contestar o sistema. A alienação pelo consumo (lembrem-se de que acompanhar a "série'' não é barato...) é o principal objetivo da massiva divulgação da série na mídia, que é apenas desdobramento de um sistema maior que lhe determina- a velha história de que forças produtivas determinam a superestrutura (moral, política, literatura...) da sociedade.

Essa foi minha pequena crítica ao novo modismo planetário, a "Guerra de Tronos'' que, no fim, é uma guerra de mediocridades, seja de conspirações, intrigas de côrte, lendas sem originalidade, batalhas mirabolantes, perversões sanguinárias e, sobretudo, uma forte concepção elitista da história (a de que todos os acontecimentos dão-se pela obra e graça de grandes homens e mulheres da nobreza, e o povo é mero expectador passivo da história), onde os fortes esmagam seus pares e, mais ainda, o povo. Mais um triste exemplo do "alto'' nível da fina flor da literatura pós-moderna, mais um relato da pequenez filosófica desta infernal época em que vivemos.

14 comentários:

  1. Acho que esse foi a pior crítica literária e crítica à obra de George Martin que já vi.

    O autor demonstrou falta de pensamento crítico e compreensão da história. Não sei se não a leu ou somente viu a série, mas parece. E se assim o fez, não o desculpa pela falta de lógica dos argumentos, as descrições tendenciosas do enredo acompanhado de conclusões alucinantes.

    Confunde o verossímil com o realista, doutrinação com literatura e não consegue refletir sobre os problemas da condição humana apresentados na série, não mais que um nefelibata perdido na própria Verdade onírica.

    Não recomendo.

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  2. "Falta de pensamento crítico''. Mas o que fiz foi justamente criticar o aspecto pós-moderno da obra. Os argumentos foram muito claros: a colonização do gênero literário de fantasia pelo realismo é uma estrategia para difundir valores capitalistas. É que o texto tem uma função social, sabe, querido anônimo. A dos de fantasia, entre outras, é transmitir valores a juventude, como exemplifiquei.

    Ou seja, o que critiquei foram justamente os contra-valores que presenciei na obra. Li os livros, vi episodios da série, li outras críticas antes de produzir este texto. A falta de lógica a qual se refere trata-se somente de contextualização dos argumentos. Sabe, nenhuma obra literária cai do céu. Ela espelha os sentimentos, angústias e uma parte da cultura de uma sociedade. Foi o que tentei fazer, construindo uma ponte entre obra e realidade para, a partir dela, elaborar uma crítica à própria pós-modernidade.

    Descrição tendenciosa? Meu caro, toda descrição é tendenciosa. Não se pode captar objetos tal como eles são. "Os positivistas dizem que só há fatos. Contra eles, digo que há interpretações'', disse Nietzsche.

    As conclusões ditas alucinantes me parecem óbvias. A alienação da juventude é patente, seja por sexo, drogas ou imoralidades. Acredita que a HBO produz essa serie de graça? Que não existem "valores'' sendo divulgados através dela? E que valores são esses, já que a HBO faz parte do mundo capitalista? Eu não preciso responder, de novo, essas perguntas.

    Seu vocabulário esconde uma pessoa aficcionada pela série, "Pessoa Chocada''. Os problemas de condição humana na serie foram abordados, não deixei de fazer referência a eles (ambição, desejo, cobiça...). Você omitiu, de forma muito retórica, a comparação com outras obras do gênero fantasia. Na verdade, eu diria que se trata de mais um viciado em Guerra de Tronos, que acha que a sociedade está aí, caiu do céu, que o mundo poe ser dividido em bons e maus e que ão existem pessoas que usam esse tipo de literatura para ganhar dinheiro e propiciar meios de ganhar ainda mais- e eis os melhores meios, "controlar'' as mentes das pessoas, por meio da cultura. Doutrinação e literatura tem uma história muito afim... pesquise sobre "romantismo'' e "liberalismo'', ou "pós-modernismo'' e "totalitarismo'', e vai ter alguma noção sobre isso.

    Tenho minha verdade sim. E se estou aqui disponibilizando o que penso para quem quer que seja, estou muito explicitamente aberto à discussão, ou seja, não ostento uma "verdade onírica''. De toda forma, agradeço ao comentário. Minha intenção aqui é justamente provocar a discussão... e creio que, cada vez em que estiver lendo o livro de Martin ou sua assistindo a HBO, não o estará fazendo da mesma forma antes de ler o post. Sei que isso despertou em você a noção de que há alguma coisa de errado. E, a partir da crítica de sua preciosa série, vai refletir sobre outros temas, como política, economia... e aí irá entender minhas posições e, espero, superá-las.

    "E eu me felicitarei, porque os justos sorrirão sempre por último''

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  3. Gostei da crítica. Um pouco radical, mas muito bem estruturada. Gostei das comparações com Tolkien. Talvez o excesso de contextualização tenha assustado a quem não tem uma boa base em filosofia, mas tá valendo. Vou acompanhar o Blog :)

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  4. Estava a pesquisar sobre a série para fazer uma apresentação sobre uma análise do livro e encontrei essa resenha. Sempre após ler um artigo ou algo do tipo, leio alguns comentários, às vezes para saber um pouco sobre a opinião de outros, no que difere ou se assemelha à minha, e às vezes simplesmente para rir de algumas bobagens sem nexo que alguns escrevem.
    Eis que, quando li o primeiro comentário e vi que havia uma resposta, fiquei surpresa. O autor anônimo do comentário foi extremista, de fato, mas achei sua resposta um pouco debochada demais. Faz pate da filosofia questionar e, embora o Sr. Anônimo tenha sido totalmente contra a sua opinião sobre a série, foi razoavelmente educado, e sou da opinião de que você perde a razão ao invadir o espaço do outro.
    Concordo com o que ele disse sobre "verossimilhança" e "realidade". Também acho que, realmente, você foi um pouco radical em sua opinião sobre a série. Mas também devo concordar com outro comentário: sua crítica é bem estruturada. Argumentos não faltam. Mas não sou obrigada a concordar com eles, correto?
    Sim, sou uma fã recente da série. Concordo, a HBO quer vender, e viu na série uma árvore de dinheiro; se não fosse esse o objetivo da emissora (e de 99% das redes televisivas), não teria acrescentado, por exemplo, mais cenas de sexo ou sido tão realista (sim, realista) nas mortes. Assim como G.R.R Martin sabia disso ao colocar sexo no livro. Querendo vender, mas também contar uma história. Acredito nisso.
    Acho que o livro representa o capitalismo sim. Em tudo o que você expôs, e mais. Nos valores. Nos bastidores do poder. Naquilo que você criticou sobre a alienação dos jovens e na inércia do povo diante das lutas por poder. Infelizmente, isso acontece. E muito. Ainda mais em nosso país. Ao longo da história, a população dificilmente teve participação à frente das revoluções.
    Não acho que os personagens sejam tão pouco profundos como diz. Acho que não são valorosos como Frodo e seus amigos, apenas isso. Acho que não são unilaterais: tem excessivas facetas, como muito acontece hoje. E não há tanta separação assim entre vilões e mocinhos: por vezes você questiona se a honra vale tanto à pena, ou se é preciso tanto só para se obter o poder. Você "muda" de lado, às vezes. A troca de POV's também serve para isso. Também acredito que o gênero "fantasia" não deva se restringir a "ensinar valores". É melhor "Expor" valores, sejam quais forem (bons ou maus) do que impô-los de forma infantil ou algo do tipo, ou simplesmente fazer uma história cheio de dragões e feitiços.
    Seu objetivo era causar discussão. Acho ótimo, realmente. Debates levam a mais conhecimento. Só estou dando um toque para que seja mais comedido nas palavras para não perder a razão. E lembre-se que não há verdade indiscutível. Não é de dogmatismo que estamos falando. Mas também não digo que não há verdade, mas é através da dúvida que chegamos a ela. Sim, apoio a filosofia cartesiana.
    E me perdoe se em algum momento fui ofensiva ou errônea quanto à sua opinião.

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  5. Olá, Hanna, desculpe a demora em responder.

    Agradeço à sua contribuição. Realmente, meu objetivo era fomentar o debate sobre o sistema capitalista- tão auto-evidente, absoluto e inquestionável- me usando de uma resenha sobre uma série televisiva e literária que o retrata muito bem.

    Acredito que a "Pessoa Chocada'' foi desrespeitosa comigo. "Nefilibata'' é como se designa uma pessoa que vive no mundo das nuvens, que foge à realidade, e eu apenas quis inverter o argumento contra ele. Aliás, meu "oponente'' menosprezou, de forma muito desagradável, todo um esforço de alguém que estudou e leu para ter dados afim de produzir essa crítica, ao me nomear de ilógico, irracional.

    Não vi deboche na minha resposta, confesso. Acho que fui até um pouco mais educado que o anônimo, sabe? Não me vi invadindo o espaço dele. Afinal, eu posso discordar dos argumentos que ele usou: debates se fazem assim. E, invariavelmente, alguém acaba por deixar o outro sem argumentos racionais. É quando se fundam os consensos.

    Longe de mim tiranizar consciências e impor minhas visões ao resto do mundo. Mas hoje temos uma noção muito distorcida de liberdade, onde cada ser humano aparece como seu próprio deus individual e quer ser reconhecido pelos demais como tal. Como já postei aqui no Blog, essa noção é totalmente errônea, uma capa que encobre um sistema que nos impõe, goela abaixo, valores e crenças, e, pior, nos faz gostar delas, por mais mal que nos façam.

    Meu projeto, no Blog, é criar um espaço de resistência contra essa realidade e debatê-la, livre das máscaras do mundo convencional. Mas o faço a partir de minhas ideias e opiniões que, apesar de limitadas, precisam ser defendidas; se não, como afirmar minha crença real nelas? É pela defesa de uma ideia que sabemos a sinceridade de uma pessoa. Espero que não confundam a defesa de uma ideia com sua dogmatização. Afinal, se eu não quisesse críticas, porque exporia meu pensamento aqui bem ao alvo delas?

    Agradeço ao toque. Bem, eu respeito (e até concordo com algumas) suas observações. E continue nos acompanhando, filha de Descartes. Dúvida é o que mais encontrará por aqui.

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    1. Obrigada por responder, Jorge. Achei educado e correto da sua parte receber minhas críticas de forma aberta, sem deixar de defender seus próprios ideais. De fato, você foi mais educado que a "Pessoa Chocada", e também achei suas colocações para comigo mais respeitosas que sua resposta anterior.Vou acompanhar sim, é um blog interessante.

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  6. Fui apresentado à serie por amigos, e em um primeiro momento cauteloso em iniciar a acompanhá-la. Procurei críticas na Internet e sem dúvida esta foi a melhor, apesar de não concordar em alguns pontos.
    Martin expõe em sua obra um jogo político de intrigas e traições em que o objetivo das personagens é a busca pelo poder, tal qual o capitalismo e neste ponto concordo com a crítica. Contudo, assim como a "Hanna_21", não acho que os personagens sejam pouco profundos e também tornei-me admirador da série.
    Existe uma severa colonização cultural e é claro que as disputas entre as casas e o cenário medievo da obra não refletem o Brasil. Acredito que o senso crítico permite a uma pessoa admirar uma obra com este cenário sem menosprezar ou esquecer de grandes obras da cultura brasileira, como a nossa música e literatura. Pena que atualmente, esta característica não esteja muito presente na juventude. Apesar de gostar da série acho sua repercussão exagerada, fruto da excessiva publicidade em torno dela e dos sucesso da outras obras fantásticas no cinema e na literatura.

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  7. Pessoal com tudo que foi comentado, podemos dizer que existe o modismo sim, mas porque as série na TV ou os livros, descrevem o que acontece no cotidiano do nosso pais. "Peguem" as guerras e batalhas sangrentas e as vejam como brigas de partidos politicos, o restante, sexo, intrigas, nudez, ocorre debaixo de nossos olhos e a maioria do pessoal não faz nada. Acho muito interessante discussões sobre resenhas de livros, mas ao invés de ficarmos falando sobre autores, canais de tv que querem ganhar dinheiro,todo mundo quer, é para isso que trabalhamos,algué já leu Dom Casmurro, um clássico da literatura brasileira que também possui material apelativo, que tal trazermos essas discussões para comparar com a realidade. Afinal a história do homem é feita disputas e sexo.

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  8. Desculpe, mas o autor da crítica foi totalmente conservador, comparativo e absurdo no que disse. Principalmente na parte de ''novela'', onde compara a série de GRRM com uma grande novela para vender mais e mais, sempre adiando o fim.

    Um pensamento sem fundamentos, visto que, se for comparar com Nárnia, o autor escreveu 7 crônicas, com intervalos consideravelmente grandes entre eles (cerca de 1 até 2 anos).

    Você também falou de pensamentos morais e éticos que as crônicas de GRRM não passa ao leitor, mais quais são essas ? O Cristianismo exposto em excesso na obra de Lewis ? Vivemos em um estado laico, capitalista e não conservador, e os argumentos que você usou para criticar negativamente As Crônicas de Gelo e Fogo, podem ser usadas contra você.

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  9. Opa! Martin começou a escrever As crônicas do Gelo e Fogo desde o início dos anos 90, e ainda não terminou. Se você parar pra pensar, ele tomou mais tempo do que Lewis.

    Ser conservador é ruim? Isso é questão de ideologia. Mas o velho Vicco ensinou que nem tudo que é "vai pra frente'' é um progresso.

    Não comparei nada com as novelas, nem me reportei ao fato de se adiar o fim esperando vender mais. Isso já é algo que você disse.

    Ora! GRRM passa valores sim. Leu mesmo o que escrevi? Mas são valores ao gosto do freguês, o capitalismo neoliberal. É, eu não sou conservador. Sou de esquerda. Quando falei de valores e de obras de fantasia que serviram, por natureza do próprio gênero literário, de veículos de disseminação desses valores, utilizei o exemplo do Senhor dos Aneis. Ali, a crítica era contra o totalitarismo, onde uma sociedade ideal, pura, era representada através da figura dos hobbits do Condado. Eu me referi a valores mesmo, tidos pela modernidade como elevados: justiça, amor, lealdade. Tudo o que a tal serie que você gosta não tem.

    Será mesmo que podem ser usados meus argumentos contra mim? Basicamente, eu disse que aquilo (as tais crônicas) não tinham valores que, a meu modo de ver, valessem a pena (a colonização do fantástico pelo real demonstra isso: o único valor é o da matéria, do sexo, do consumo, do poder), e que fossem adequados a uma juventude já alienada, sem referências morais ou pautas políticas.

    Depois, os intelectuais perguntam o porque do apolitismo, da indiferença quanto ao fato do mundo ser assentado na miséria de 4 bilhões de seres humanos em contraste com a riqueza de dis bilhões. É a alienação, cara! Guerra dos tronos não caiu do céu, sabe?

    Estado laico, capitalista e não-conservador? Ora, não conservador? O que o Estado mais conserva é o lucro de certas elites e a acomodação geral quanto a essa situação. Não há nada mais conservador que o Estado. Isso tomando o sentido explícito do termo.

    Mas, enfim, obrigado pela contribuição. Só não vi nada de absurdo. Tudo o que disse foi assentado em argumentos. Ah, você admitiu no fim que eu usei argumentos. E como assim meu pensamento não tem argumentos, cara pálida?

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  10. Toda ideia, inspiração tem sua fonte. Ok,concordo. Mas acreditar na doutrinação do "errado", na deliberada permissivade como enfoque do autor, acredito ser um pouco exagerado. Se a escrita de Martin revela algo vil e nefasto é porque, oras, a sociedade - que deve ter servido de motivação a escrita - é assim mesmo. O homem, em sua essência sempre foi o mesmo. Leia obras modernas como as 48 leis do Poder ou obras antigas como o Príncipe e me responda: O homem é um ser "perfeitinho" de Deus? Somos esse poço de virtuosidade?? E o que dizer da obra sufocante de Kafka?? Nao vivemos ainda hoje um processo kafkiano, onde a eterna opressão da midia, de costumes e da falsa moral não dao sinal de arrefecerem?
    Crer na vocação moralista de O Senhor Dos Aneis pode até ter seu sentido, mas oq eu acredito mesmo é no poder libertário existente em qualquer literatura. A literatura por si só abre sua imaginação, criatividade, poder de comunicação e senso crítico.O leitor amadurecido cria instancias independentes da realidade para julgar oq tem a frente.Podemos até fazer uma analogia com aqueles radicais que dizem que quem joga GTA vai sair nas ruas roubando e assaltando!? Eh assim mesmo que funcionamos?

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  11. Acho que comparar livro e série é mau porque são dois textos completamente diferente. Textos literários e textos audiovisuais constroem-se diferente. Este livro conta uma história extraordinária, por isso quando soube que estrearia Game Of Thrones soube que devia vê-la. O livro é maravilhoso, faz um tempinho que o li, por que alguém me recomendou e adorei que fizeram a adaptação em serie. O último capitulo me deixou super intrigada.

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  12. Matéria estúpida com viés esquerdinha.
    Sem qualquer técnica sobre fantasia .
    Provavelmente mais um pseudo escritor fracassado.
    PS: GG Martin, ao contrário da estúpida matéria acima, estava muito longe de ser fracassado antes da série de tv.

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