sábado, 16 de junho de 2012

A última Ditadura

No jargão da Ciência Política, "Ditadura'' é a forma de organização política por meio do qual os ditames- ou ordens- organizadores da sociedade são emanados de um único centro de poder. Essa conceito político foi introduzido na Antiga Roma no conjunto de elementos culturais importados da Grécia, principal referente etnológico da sociedade surgida no Agreste Lácio; em sua cultura-mãe, a centralização política da condução do governo e da produção legislativa em um único indivíduo recebia o nome de tirania (uma forma degenerada de monarquia, como estabeleceu Aristóteles em seu clássico "Política'').

A Tirania dos gregos, em Roma, foi institucionalizada como "Ditadura'': em tempos de extrema dificuldade, como agressão externa ou risco de invasão da cidade de Roma, os plebeus e patrícios da Urbs abriam mão do regime representativo e republicano então vigente- e funcional em tempos de normalidade- e elegiam, pelo tempo determinado de seis meses, um romano para comandar a cidade com poderes absolutos. Tal instituto, que assegurou a salvação de Roma inúmeras vezes, quando se fez necessário concentrar o poder político a fim de tomar decisões rápidas, algo impossível na ritualidade exigida pela República, acabou se tornando cada vez mais permanente. No fim, de tão essencial, a ausência de um ditador acarretava simultaneamente guerra civil, pondo em risco o sistema escravista e exploratório das províncias até então cuidadosamente montado. O Império, então, foi a máxima expressão da ditadura em tempo permanente, deslocada dos valores republicanos e mesmo democráticos, para assentar-se sob a órbita da teocracia e do despotismo.


Todos esses significados -a origem grega, a centralização do poder, a necessidade de esmagar a individualidade em tempos de crise e mesmo a ideia da ditadura como refundadora da ordem e da estabilidade- atravessaram a História e aportaram no Brasil, atingindo seu auge nos anos 1960. Nessa época, o Brasil era visto por seus habitantes como um país caótico, sob o risco de sofrer golpes comunistas, onde um presidente nada republicano insuflava as massas do campo e da cidade em lutas políticas demagógicas, em um verdadeiro caldeirão que ameaçava explodir o país inteiro. A corrupção dominava o Estado, a inflação explodia nos mercados, os salários eram esmagados pela falta de competitividade do país; a anarquia estava instaurada.

Mas tudo isso não passou de um grande truque de mágica. Pouco do que o brasileiro ouvia e lia em jornais e revistas, impressas ou eletrônicas, correspondia à verdade. Mas, apesar do mercado editorial ser dominado por grandes famílias desde os anos 1930, ao menos havia uma pluralidade de veículos de imprensa de diversas posições políticas (varguistas, peronistas, comunistas), motivo pelo qual havia grande incerteza, nos círculos sociais atingidos pelas publicações quem diz a verdade?

O caos da informação era apenas mais um reflexo da luta entre grande órgãos de imprensa e a chamada imprensa alternativa ou popular, corolário da luta maior entre nacionalistas e esquerdistas contra liberais e conservadores no campo político. Valendo-se do seu poder de alcance, a grande imprensa mobilizou a poderosa classe média, tornando-a substrato civil legitimante, ao lado das empresas estrangeiras e da própria mídia, do Golpe de 1964. E o fez, como já dito, redesenhando uma realidade abstrata, de forma totalmente parcial, na qual havia um Brasil anárquico que necessitava da ordem para o progresso. Ordem, ademais, só possível com a centralização do poder político na mãos seguras dos militares- mais uma vez, os ditames (ordens) governadores da sociedade são concentrados (porque, antes estavam "difusos'', o que acarretava a ineficiência em superar a crise) em um único pólo. Visando a sua própria manutenção, a ditadura militar acabou por administrar as políticas já consagradas por Maquiavel, principalmente, a de que, às vezes, é preciso dividir o poder para mantê-lo.

Essa divisão do poder político seguiu o "principio da semelhança'' com a própria ditadura: a partir de seus instrumentos legais e financeiros, o regime criou ou fortaleceu "mini-ditaduras'' na economia, política e religião, como o latifúndio, o grande empresariado nacional, a Igreja e, finalmente, a mídia de direita, já hegemônica no campo da imprensa.  O que antes era simplesmente supremacia técnica e geográfica (no sentido do alcance nacional de suas notícias) se tornou um verdadeiro monopólio coma  ação agressiva da ditadura contra a imprensa de oposição. A censura, o fechamento de jornais, cassação de licenças de rádio e televisão, exílio de jornalistas de esquerda foram acompanhadas do fortalecimento econômico das já reinantes oligarquias do setor midiático: o governo financiou empréstimos milionários, pagos posteriormente com grandes sacrifícios pelo povo brasileiro (mediante reduções salariais, aumentos dos impostos e desemprego), para a expansão e modernização dos grandes grupos de imprensa já instituídos, como as organizações Globo (que lançou seu canal de televisão com dinheiro público e estrangeiro, logo após os primeiros anos do golpe), o Jornal Folha de S. Paulo, o Estado de S. Paulo e, posteriormente, o canal de televisão SBT, no grupo Silvio Santos.


As concessões dos canais, instrumento pelo qual o Estado cede a exploração de bens públicos a particulares, foram renovadas continuamente, enquanto a mídia nativa copiava modelos informativos estrangeiros e os implantava ao Brasil. A ideia básica era noticiar a constante guerra aos terroristas de esquerda, os sucessos econômicos do regime, as novas leis, a nova vida segura da classe média- ou seja, a eficácia da ditadura militar em atender aos objetivos que ensejaram sua implantação, a saber, a restauração da ordem e a pacificação social, tal como na Roma Antiga.

O modelo vigente de "Mídia'' nasceu e cresceu como parte do projeto ditatorial. A parceria com o governo e o investimento cada vez maior em pautas despolitizadas- as telenovelas foram reestruturas e popularizadas em função disso, tais como desenhos animados, festivais musicais de jovens debiloides, filmes nacionais do gênero "pornochanchada''- resultaram na criação efetiva da já propalada ilusão dos "dois brasis'': o Brasil da realidade, onde as pessoas sofriam com a fome e a miséria, além do jugo de ferro da opressão ditatorial, e o Brasil das praias encantadas de Copacabana e dos castelos modernos de São Paulo, onde belas e belos atores e atrizes atuavam em histórias românticas, humorísticas ou trágicas, em tramas que mais serviam como amortizante das mazelas sociais. A televisão ganhou o status de principal conselheira amorosa, companhia diária, elemento de ligação com o mundo externo e ditadora, literalmente, de comportamentos, tendências e modas, sejam estilísticas ou políticas.


A associação dessa mídia com o modelo de industrialização militar foi patente. As grandes empresas internacionais, instalando-se no Brasil, divulgavam seus produtos através da mídia nacional ao principal alvo consumidor- a classe média alta, que viveu no paraíso do capitalismo durante os milagres econômicos da Ditadura. O governo, por outro lado, divulgava sua versão oficial dos fatos pelos exaustivos telejornais ou radiojornais, além de entupir a programação com propagandas oficiais (e, claro, remunerando muito bem as empresas midiáticas por isso). O futebol brasileiro finalmente chegou aos olhos dos brasileiros e foi mais uma arma na exclusão do brasileiro comum da política- principal objetivo da ditadura.

Mas, como nem tudo dura para sempre, os interesses da mídia e de seus parceiros da indústria internacional se tornaram opostos aos do governo militar do qual ela era um dos sustentáculos. A derrota contínua da ditadura, seja politicamente seja economicamente (com a falência de seu modelo de crescimento econômico capitaneado pelo Estado) e os novos rumos do cenário internacional- o neoliberalismo- colocou a mídia como adversária da atuação estatal em geral na sociedade. O monstro voltou-se contra o criador, quando o barco no qual foi gerado começou a afundar.

A partir daí, a imprensa começa a mostrar sua força, ao mobilizar a sociedade em torno de temas eleitos pelos interesses do capital externo ou da própria mídia. Pautas como a redução da maioridade penal, a criminalização dos movimentos sociais, a redução da presença estatal na economia, o pagamento da dívida externa e outras passam a ser lançadas na sociedade que, "amaciada'' por décadas de alienação da política, ingenuamente relaciona as notícias que vê nos jornais com a verdade. Por outro lado, a mídia se posiciona contra as campanhas populares como as "Diretas Já'' (noticiada como manifestação popular em comemoração aos festejos do dia da independência...), mais, ao fim, também passa a jogar o jogo da legalidade. Por isso, trabalhou continuamente ao lado dos velhos políticos da ditadura pela suas vitórias no campo eleitoral, difamando, continuamente, a esquerda, que começava a reorganizar-se no país. Abaixo, um filme essencial para compreender o poder da Rede Globo de televisão sobre o Brasil, "Além do cidadão Kane'':



A nova aliança mais parecia a velha união de 1964, que resultou no golpe. A direita agora dispunha do monopólio sobre as telecomunicações a seu favor, fator que pesou fortemente nas primeiras eleições realizadas sob o jugo da democracia restaurada. Logo, a pauta imposta pelas grandes empresas e bancos- o neoliberalismo- passou a imperar na política nacional e resultou na ascensão de governos alinhados com as grandes potências. Privatizar, cortar gastos e direitos, além de optar pela ortodoxia econômica, estava na ordem do dia- ditada pela imprensa nacional. Classes políticas, grande capital e mídia- com a ausência da Igreja- uniram-se em um novo pacto social contra a esquerda e a favor dos próprios interesses.

A demonstração patente do poder alcançado pela mídia deu-se durante as eleições presidenciais de 1989. A simples reedição do último debate eleitoral e a propagação de injúrias contra um dos candidatos- Lula-, combinadas com a ação política da direita em geral, resultaram na vitória de Collor. Curiosamente, Collor foi alçado ao poder e, posteriormente, destruído pela mesma mídia, essencialmente centrada na Rede Globo de televisão. Naqueles tempos, falava-se que o "doutor'' Roberto Marinho comandava, realmente, o país, por meio de seu escritório na "fábrica de sonhos'', o PROJAC.

A Rede Globo parecia ser o Brasil. 24 horas por dia, acompanhava a rotina do brasileiro. O fazia, rir, chorar, emocionar-se, informava-lhe, dizia-lhe com o que indignar-se. Enquanto o Brasil mergulhava em seguidas crises econômicas e sociais, a grande mídia prosseguia em sua narrativa do reino encantado onde todos eram brancos, bonitos, cariocas e ricos- caracterizado nas novelas do horário nobre. Por outro lado, se a mídia maquiou alguns problemas, insuflou, abstratamente, outros, como a violência (que se tornou um show busniss da televisão brasileira). As políticas neoliberais no governo FHC, por sua vez, receberam o integral apoio da imprensa, que passou a divulgar, novamente, generosas e caras peças publicitárias do governo para divulgar o novo modo do governo agir- ou não agir- na sociedade.

A decadência da velha fórmula foi inevitável ao alvorecer do novo milênio. Cada vez mais, as demandas sociais se materializaram, resultando na derrota da direita, nas urnas, e a passagem da imprensa, novamente, para a oposição ao governo, agora cada vez mais dominado por esquerdistas. Essa derrota da direita foi acompanhada da crescente penetração da tecnologia no Brasil, onde meios alternativos de comunicação desterraram o monopólio da mídia. O modelo combinado de alienação pelo entretenimento (com novelas, desenhos...) e de notícias selecionadas (beneficiadas pelo monopólio da informação) entrou em crise com a democratização geral da sociedade, ainda em curso. Claramente, a mídia não se adequa ao Brasil onde as pessoas podem externalizar suas vontades, ou podem buscar seus direitos, por outros meios que não a mídia. A melhoria da educação do brasileiro resultou em um público permanentemente insatisfeito com a programação televisiva e as notícias nos jornais. Ao menos, minimamente.

Por outro lado, a revisão das concessões e o status jurídico das emissoras de rádio-televisão continua ignorado, regido sob a máxima de que o Estado deve intervir ao mínimo nos negócios privados. Mesmo em se tratando se bens públicos, como a rede de canais de comunização.

Esse desgaste do modelo midiático foi acompanhado de uma violenta reação da mídia, desesperada em conservar seu monopólio, ao optar claramente pelo sensacionalismo, sexismo e busca por audiência a todo preço. A violência, o sexo, a vida das celebridades e os ataques ao governo (a "descoberta'' dos grandes "esquemas'' de corrupção) são os pilares das medidas desesperadas do setor. O objetivo é o mesmo: distrair a massa do que realmente importa e induzir discussões inúteis ou artificiais. Por outro lado, a mídia busca, como ponte entre as grandes empresas e os consumidores, induzir nos espectadores o desejo pelo consumo ilimitado como forma de satisfação dos prazeres, conquista de status e obtenção de segurança (sentimental e psíquica). O caos a ser ordenado está dentro do indivíduo, já que religiões, normais morais e ideologias se encontram em estado terminal; cada homem pode determinar-se plenamente, e, pelo consumo, obter o que quiser, destruindo qualquer moral que o impeça de satisfazer seus desejos; enfim, induz-se ao homem que ele deve aceitar, finalmente, a última das ditaduras, a ditadura da Lei do Mercado, que é a lei do consumo (quem consome prova ser o mais forte...); as relações humanas se tornam cada vez mais líquidas, desconexas; o egocentrismo, onde o indivíduo determina todas suas opções em lucro próprio, é visto como sinônimo da liberdade (na verdade, a liberdade de saciar os desejos internos a partir do consumo, nele tornando-se escravo). A ordenação da pessoa humana, psicologicamente e socialmente falando, considerando o indívíduo isolado, é o objetivo da ditadura do mercado e de sua sub-ditadura e sustentáculo, a mídia, já globalizada. Mas a ordem neoliberal dada por essa ditadura tem como único fim preservar o status quo da desigualdade e do consumo desenfreado.


É com esse viés que a mídia nacional está sendo engolfada por esse movimento mundial, oriundo da globalização, que busca tornar o consumidor uma mercadoria. Enfraquecendo-se o velho modelo midiático, a mídia jovem, cortando o planeta através dos cabos de fibra ótica, se fortalece, ajustada com as "diretrizes'' emanadas dos centros econômicos; o verdadeiro ditador, que parece ser cada indivíduo em relação a si mesmo, são os poderes capitalistas que comandam a multidão de consumidores com mão de ferro. Essa nova mídia- encarnada no Facebook, Youtube e afins- desprega-se totalmente de ideologias e centra-se mecanicamente no consumo, movimento pelo qual a imprensa tradicional é absorvida (vide as páginas eletrônicas dos grandes canais, atuação nas páginas sociais etc).

Enquanto o antigo modelo parece morrer sob os nossos felizes olhares, somos arrebatados pelo novo gigante, que apenas está engolindo o velho. Contra o avanço da democracia, as forças reacionárias se unem em um monstro global sem preferências políticas, que manipula mesmo as Revoltas árabes a favor do capital. Como se trata de um fenômeno novo, pouco se sabe sobre ele- apenas pode-se especular sua incrível eficiência em deter as contestações ao sistema capitalista, sendo estas resultantes do próprio dinamismo das telecomunicações da globalização.


Enquanto acreditam ser sujeitos individuais, os consumidores da nova era capitalista são padronizados e vendidos mundo a fora. O meio de padronização é a própria mídia...

Enfim, a ditadura midiática brasileira, centrada em cinco famílias, foi implantada para reorganizar a ordem e fundar a estabilidade. A ditadura da mídia, então, se antes era subditadura da ditadura militar, se torna a legítima déspota da nova ordem; funde-se o velho modelo de alienação midiática com as novas tecnologias, e é parte de um esquema de dominação novo, onde empresas sem cara ou valores substituem, lentamente, as dinastias da imprensa direitista por uma aparente anarquia que esconde o domínio de uma autocracia de desvalores, materializada na internet. O efeito foi devastador, com a reafirmação do neoliberalismo e o desmantelamento de movimentos mundiais de contestação ao capitalismo. Mas, com as seguidas crises econômicas, por quanto tempo o monstro vai se manter ditando nossas vidas?

Como em Roma, criamos um sistema que não pode funcionar sem uma ditadura- a ditadura dos meios de comunicação, agora digitalizados. Sem ela, o capitalismo, que tanto acalenta o mundo (...) simplesmente não pode subsistir. Mas o regime romano caiu quando bárbaros destruíram Roma; o que não parece ocorrer com o capitalismo. Suas contradições são, na verdade, o motor de sua evolução, não de sua destruição.

Marx ensinou sabiamente que a alienação das pessoas dá-se pelo trabalho. Hoje, contudo, essa alienação dá-se sob uma via dúplice: o consumo e a informação excessiva, que objetivam simplesmente engendrar a construção, no consciente coletivo, de um mundo não-correspondente ao real. Uma verdadeira Matrix, onde os aparentemente livres humanos são escravos de um sistema autômato e perverso; nesse sentido, a mídia é responsável por bombardear o indíviduo com informação, reduzindo sua capacidade de reflexão. a aparente liberdade do consumo se reduz à liberdade da escravidão dos prazeres carnais; daí seu estímulo cada vez mais insistente pelos meios de comunicação, responsáveis pelo relaxamento moral em todas as áreas.

Não temos, assim, uma ditadura da mídia, mas duas, uma que morre lentamente, com a queda pronunciada das famílias Marinho, Mesquita, Frias e Civita, e outra corporificada na internet, integrante da nova fase do capitalismo mundial.

Todas as ditaduras, por último, se assentam em algum grau de força. Força militar, psicológica, simbólica- sempre se garantirá, em última instância, nesta, forçando as pessoas a aceitarem suas decisões. A mídia se assenta em uma violência simbólica sem precedentes, um verdadeiro estupro mental disfarçado de carinhos ousados no ego do telespector. Um dia, contudo, os cordeiros se cansarão de irem diariamente ao matadouro. Espero que esse dia, para o bem da inteligência humana, chegue o mais rápido possível. Mas, nesse sentido, as ditaduras, uma vez escancaradas, sempre perdem o véu com o qual ocultam sua dominação; elas não resistem à conscientização dos dominados e à força de ideais maiores que a força bruta. Vem, vamos embora, porque a repressão continua ativa e há um mundo de companheiros a libertar.

Porque a última ditadura que a humanidade deve enfrentar é aquela daqueles que lhes "informam'', deformando seu entendimento de mundo e mantendo-os na alienação. Só derrubando esse último déspota, ao homem será livre e poderá ambicionar a se autodeterminar. Sejam as cinco famílias, sejam os barões da fibra ótica.

"A força pode esconder a verdade, mas o tempo sempre trará a luz.''
(Dilma Roussef)

2 comentários:

  1. A globo sempre foi um lixo. burguesia

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  2. Nss mtoo bom esse blog!! Concordo com td q esta escrito e sempre penso e debato comigo msm como a ditadura n acabou, se modificou, até o nome mudou

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