’’As linhas do horizonte
Ficam mínimas ao ponte
Até a luz minha deixar o mundo
E somente me acompanhar no sonho
Por um dia ou um ano inteiro
Dura o anoitecer profundo
quando te escondes na tua caverna litoreira
quando teus passos distam do meu mundo
me ponho a te perseguir em frágeis caravelas
em um sonho de frenesi por tuas curvas belas
a proa a vencer as ondas, monstros e tempestades
e, enquanto as tormentas morrem, o amor arde
Pois, após o cabo das tormentas
Escondida no seio da terra bruta
Fecunda roseira reluz encoberta
Espera o bravo cansado
É que, se a deusa do sol escondeu-se distante
Por trás do manto negro de estrelas
Sob correias de arruda bela
Hei de vencer a escuridão para deitar ao teu colo celeste.’’