segunda-feira, 12 de março de 2018

Exílio


Desterrado das serras agrestes
Desatino a carrear pelos prédios inférteis
Desalmado ser, numa ausência de querer

Meu passarinho bateu as asas
E, baixinho, cantou juras falsas
Adeus; e matou meu sonhar
Engolido pela terra, num engasgar

Neste vale estranho e sem vida
Teu canto te fez ninho e amada
Das pedras fostes, sozinha, a flor colhida

Pedras que não te atiro no ar
Vai, te põe a sonhar
Egresso ao beijo das folhas mortas
Eu, estrangeiro de caminhadas tortas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário